PA2 - Bancos Ativos de Germoplasma de Eucaliptos e Corymbia

No Brasil, quase toda a produção de papel e celulose de eucalipto é destinada ao mercado externo que, na última década, cresceu a 5% a cada ano. As grandes operações florestais/industriais estão fundamentadas no uso de material genético melhorado de quatro ou cinco espécies de eucalipto, constituindo material puro ou híbridos inter ou intraespecíficos, para obter maior eficiência industrial e econômica. A médio e longo prazo, isto pode representar uma vulnerabilidade do setor produtivo, uma vez que, fatores como exigências de mercado, restrições ambientais, mudanças climáticas e outros podem requerer o uso de espécies com características distintas. A flexibilidade necessária para que o setor produtivo se ajuste rapidamente e, assim, continue a suprir a demanda de matéria-prima florestal, sem destruir as florestas nativas, depende da disponibilidade de espécies mais adequadas para cada segmento industrial ou condições edafoclimáticas distintas. Há vários BAGs (Bancos Ativos de Germoplasma) de eucaliptos estabelecidos em diversos locais brasileiros. Essa rede de BAG's representa uma medida estratégica que a Embrapa Florestas vem implementando com vários parceiros do setor florestal, principalmente empresas privadas, instituições de pesquisa estaduais, universidades e pequenos proprietários rurais. Neste plano de Ação, propõe-se implementar ações de conservação, manutenção, avaliação e caracterização destes BAGs. O conhecimento da variabilidade genética desse material é de suma importância para sua conservação e a continuidade de trabalhos de melhoramento genético. Nesse sentido, o emprego de marcadores moleculares co-dominantes, baseados em microssatélites, é uma ferramenta eficiente para caracterização, gerenciamento da variabilidade genética, identificação individual em bancos de germoplasma, populações de melhoramento e produção, além de dar subsídios à conservação, ao controle de qualidade de pomares de sementes e plantios operacionais, ao intercâmbio de germoplasma e ao licenciamento nacional e internacional de clones de eucaliptos. A caracterização de germoplasma e a proteção de clones superiores de eucalipto envolvem, hoje, a utilização de um conjunto selecionado e validado de marcadores morfológicos principalmente em folhas, flores e casca. Além dos descritores convencionais, perfis genéticos de microssatélites vêm sendo incluídos nos trabalhos de caracterização de germoplasma e nos pedidos de proteção de cultivares de eucalipto no Brasil. Serão utilizados sistemas multiplex de co-amplificação de baterias de 8 microssatélites desenvolvidos e otimizados em trabalhos anteriores do grupo para Eucalyptus, bem como marcadores disponíveis para espécies do gênero Corymbia desenvolvidos por colaboradores australianos da Southern Cross University. Serão genotipadas amostras de 24 plantas por procedência, preferencialmente sendo uma de cada uma de 24 progênies geneticamente não relacionadas. Serão analisadas amostras das quatro principais procedências de cada uma das oito principais espécies de Eucalyptus e duas espécies de Corymbia, totalizando 960 plantas (96 plantas por espécie). Os dados genotípicos serão utilizados para estimar parâmetros populacionais como, heterozigosidade observada e esperada, diversidade e riqueza alélica, bem como os coeficientes de endocruzamento de Wright que estimam a redução de heterozigosidade, devido ao endocruzamento dentro de populações e diferenciação entre populações, devido à deriva genética. Os parâmetros de diversidade fornecerão informações complementares e relevantes sobre diversidade e diferenciação genética entre as várias procedências e espécies conservadas nos BAG's da Embrapa. As informações sobre os acessos mantidos nos BAGs serão disponibilizadas no SIBAG - SIBRARGEN.

Objetivos:

  • Conservar, manter, avaliar, caracterizar e disponibilizar informações sobre os acessos conservados nos Bancos Ativos de Germoplasma de espécies de Eucalyptus e Corymbia.
  • Caracterizar via marcadores moleculares clones de Eucalyptus da introdução no Brasil no Horto de Rio Claro, com foco na investigação da composição genética de híbridos espontâneos derivados desta introdução e hoje plantados na forma de clones de altíssima produtividade, visando assim gerar informações relevantes a programas de melhoramento baseados na exploração de híbridos interespecíficos de Eucalyptus.

 

Responsável:
  • Paulo Eduardo Telles dos Santos

 

Equipe:

  • Dario Grattapaglia
  • Estafano Paludzyszyn Filho
  • Israel Gomes Vieira
  • Jose Elidney Pinto Junior
  • Marilia de Castro Rodrigues Pappas
  • Valderes Aparecida de Sousa

 

Atividades:
  • Manutenção, coleta de sementes, avaliação e documentação dos Bancos Ativos de Germoplasma de Eucalyptus e Corymbia localizados no Rio Grande do Sul e no Paraná.
  • Manutenção, coleta de sementes, avaliação e documentação dos Bancos Ativos de Germoplasma de Eucalyptus e Corymbia localizados em São Paulo e em Minas Gerais
  • Estimativa da diversidade e da estrutura genética por marcadores moleculares
Ações do documento