PA13 - Banco Ativo de Germoplasma de Prunóideas

O sucesso no cultivo das espécies agrícolas dependerá de mudanças genéticas que permitam às plantas boa adaptação às novas condições edafo-climáticas que ocorrem em decorrência de mudanças no ambiente, as quais estão sempre ocorrendo desde o início da humanidade. (Moore & Ballington, 1991). Por outro lado, o homem também sofre mudanças de hábitos e preferências. Assim, as necessidades de ajustes, tanto às condições edafo-climáticas como às necessidades da sociedade fazem com que caracteres hoje sem importância ou até, aparentemente, indesejáveis possam ser valorizados no futuro. Não é raro buscar-se nos bancos de germoplasma a fonte dessas "novas" características. A mudança dos hábitos alimentares, por exemplo fez com que as  frutas passassem,  de um papel supérfluo como sobremesa, a um papel principal na dieta alimentar. Caracteres como polpa com grande área de cor vermelha, considerado indesejável em pêssegos até a algum tempo atrás, são hoje objetivos de programas de melhoramento. "Somente através da preservação da diversidade genética existente, os melhoristas do futuro poderão desenvolver cultivares que sustentem as futuras gerações" (Moore e Ballington, 1991). Mesmo no presente, os Bancos de Germoplasma são um esteio aos programas de Melhoramento Genético, pois fornecem a variabilidade genética que lhes é indispensável. A Embrapa Clima Temperado embora possua um Banco de germoplasma composto por 776 acessos de Prunus persica, 166 de Prunus salicina ou híbridos dessa espécie, 9 acessos de Prunus domestica, 21 de Prunus avium, 6 de P. amygdalus, 4 de P. armeniaca, 4 de P. cerasus, 17 de espécies de Prunus, para possível utilização como porta-enxertos, dois acessos de P. mume, um de P. mahaleb, um híbrido de pessegueiro por amendoeira e um de ameixeira por damasqueiro, não tem, por exemplo, acessos com caracteres especiais como "stone hardy", "bloody" polpa, hábito colunar, entre outros, caracteres que outros programas de pesquisa já importaram da China, de onde o pessegueiro é originário (Scorza e Sherman, 1996), e onde se encontra a maior variabilidade (Hedrick,1917). Acredita-se que Prunus armeniaca, o damasqueiro cultivado, seja originário do Norte e Nordeste da China (Mehelenbacher et al.,1991). Neste país, também se originaram algumas espécies de cerejeiras. Os programas de melhoramento brasileiros têm carência de acessos com alta resistência a doenças, notadamente, podridão parda, Monilinia fructicola, e bacteriose, Xanthomonas arboricola pv.. pruni, para que possam utilizá-los na criação de cultivares que necessitem poucos, ou se possível, nenhum tratamento químico para o controle dessa doença. É necessário ampliar o Banco de Germoplasma, buscando uma base genética mais diversificada, com acessos de diferentes origens geográficas e espécies. A ameixeira, por sua vez, é encontrada nativa, em todo o hemisfério norte, mas principalmente na zona temperada. Para a ampla utilização do germoplasma, torna-se essencial a informação sobre a sua variabilidade, caracterização e avaliação. As duas últimas, além de proporcionarem melhor conhecimento do germoplasma disponível, permitem a verificação de acessos duplicados e o estabelecimento de coleções nucleares ("core collection") (Valls, 1988). A adequada documentação de todas as informações sobre os recursos genéticos constitui um valioso patrimônio das organizações envolvidas em pesquisas vegetais. Ela representa o ponto de referência para qualquer pesquisa, garantindo a continuidade do trabalho. Este aspecto, já em 1967, era considerado pala FAO como um dos passos importantes na organização de um programa que propicie a disponibilidade e preservação de recursos genéticos em um dado país. Na Europa está sendo utilizado o European Prunus Data Base, no qual são registradas todas as coleções de Prunus mantidas na Europa. Desse modo, o trabalho de conservação pode ser partilhado e espécies em perigo de extinção podem ser salvas.

Objetivos:

  • Ampliar e manter a variabilidade genética, disponível no Brasil, das principais espécies do gênero Prunus, com ênfase em Prunus persica e Prunus salicina, através de introduções de material propagativo.

 

Responsável:
  • Maria do Carmo Bassols Raseira

 

Equipe:

  • Bernardo Ueno
  • Carolina Marques Castro
  • Francisco Ricardo Ferreira
  • Juliano Gomes Padua

 

Atividades:
  • Enriquecimento do BAG
  • Caracterização morfológica e agronomica
  • Documentação do germoplasma
  • Conservação e manutenção do BAG
  • Elaboração de resumo e artigos científicos
  • Elaborar relatório técnico final
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