PA7 - Multiplicação de Milho Indígena para Entrega em Comunidades

Os povos indígenas preservaram e melhoraram suas variedades tradicionais de milho, assim como outras culturas, durante séculos. Com a influência de outros povos que vieram habitar o país, houve uma intrusão grande da cultura não indígena nas suas tradições, inclusive no aspecto alimentar. No decorrer do tempo, os índios deixaram de cultivar suas variedades de milho e passaram a cultivar outras espécies, como o arroz, por exemplo. As variedades tradicionais indígenas representam muito da sua cultura, pois não se trata apenas do cultivo do milho; as variedades tradicionais têm importância na alimentação, na culinária e em outras tradições culturais, como festividades, cerimoniais e intercâmbio entre povos. É importante ressaltar que, até bem pouco tempo, as variedades tradicionais ainda eram cultivadas pelo índios. Com o avanço da fronteira agrícola, especialmente na década de 70, a influência da cultura branca foi mais intensa, o que levou à perda dessas variedades. A partir da década de 50, a Escola Superior de Agicultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ-USP) iniciou as coletas de milho no país e, na década de 70, essas foram realizadas pela Embrapa. Considerando-se as coletas feitas pelas duas instituições, existem centenas de variedades indígenas mantidas no banco ativo de germoplasma de milho da Embrapa. Recentemente, a Embrapa reintroduziu as variedades cultivadas pelos índios Krahô, Bororo, Xavante e Pataxó. Porém outras solicitações vem sendo recebidas na Embrapa e na FUNAI. Dessa forma, o plano de ação visa atender a solicitação direta do beneficiário e será adotada a metodologia já empregada com sucessos no caso de outros povos, acrescidas orientações sobre o cultivo do milho e preservação de sementes.
As atividades desenvolvidas nesse PA serão documentadas com o objetivo de alimentar o banco de dados a ser desenvolvido no plano de ação de gestão

Objetivos:

  • O projeto tem como objetivo a (re)introdução de variedades tradicionais em comunidades indígenas, por meio da identificação de variedades mantidas no banco ativo de germoplasma de milho que atendam às necessidades dos povos indígenas, multiplicação de sementes dessas variedades, re(introdução) nas aldeias, acompanhamento da cultura, avaliação da aceitação das variedades por parte dos índios e orientação na conservação das sementes, visando o plantio nas safras seguintes. Por meio desse objetivo, o projeto visa contribuir para a segurança alimentar e para a preservação das tradições indígenas. 

Responsável:

  • Flavia França Teixeira

Equipe:

  • Flavio Oliveira Freitas
  • Terezinha Aparecida Borges Dias

Atividades:

  • Identificação de comunidades indígenas a serem atendidas pelo projeto juntamente com a FUNAI, identificação de variedades de milho que atendam as necessidades das comunidades a serem atendidas e multiplicação das sementes dessas variedades
  • Distribuição de sementes de variedades indígenas
  • Acompanhamento do cultivo do milho tradicional em comunidades indígenas e orientação sobre técnicas de armazenamento de sementes e preservação da variabilidade genética
  • Participação em eventos promovendo o intercâmbio de recursos genéticos entre povos indígenas. Bem como a disponibilização de variedades de milhos tradicionais e capacitações relacionadas

 

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