PC12 - Conservação de Coleções Vegetais a Médio e Longo Prazos
A conservação de recursos genéticos é uma atividade estratégica para o país e considerada de segurança nacional. Conservar os genes de espécies vegetais para o futuro assegura a continuação dos programas de melhoramento, visando a obtenção de cultivares mais produtivas e adaptadas às regiões brasileiras. Além disso, a conservação da variabilidade genética será fundamental para a minimização ou mesmo a superação do impacto das mudanças climáticas na agricultura e alimentação. O Banco de Base de Germoplasma-Semente, criado em 1976, com o objetivo de garantir por muitas décadas, a sobrevivência das sementes de espécies de interesse socioeconômico assegura, desta forma, as fontes genéticas para a alimentação e agricultura. Seu manejo segue normas de operacionalização internacionais e dispõe de câmaras frias (-20°C) com capacidade atual para 240 mil acessos. Atualmente, possui mais de 107.000 acessos de 661espécies, subespécies e raças. O Banco de Cultivares da Embrapa - BCE foi criado para prestar-se ao depósito e à conservação a longo prazo de amostra de cultivar obtida no âmbito da Empresa, cuja propriedade intelectual é reconhecida em Certificado de Proteção de Cultivar da Lei de Proteção de Cultivares . A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia é credenciada como fiel depositária, conforme Deliberação n° 73, de 26 de agosto de 2004 (Ministério do Meio Ambiente, Conselho de Gestão do Patrimônio Genético) cabendo à Coleção de Base (germoplasma-semente e coleção in vitro) receber e manter subamostras de material genético de depositantes de todo o país. Para aquelas espécies que não produzem sementes ou quando o fazem, suas sementes possuem um elevado grau de heterozigosidade, não reproduzindo genotipicamente a planta mãe, ou quando estas são propagadas vegetativamente, a conservação é feita in vitro , em condições criogênicas ou a campo. A maneira mais simples de conservar a variabilidade genética dessas plantas é mantê-las a campo. No entanto, são vários os problemas com coleções de plantas mantidas a campo, como exposição às intempéries climáticas e às doenças e pragas, além do elevado custo de manutenção. Uma estratégia para fazer frente a essa situação, é a conservação do germoplasma sob a forma de "coleção ativa in vitro", onde as plântulas são mantidas sob crescimento mínimo em câmaras com temperatura, intensidade luminosa e fotoperíodo controlados, com subcultivos periódicos.
Espécies tropicais e de clima temperado que possuem sementes de comportamento intermediário ou recalcitrante ou que produzem reduzido número de sementes ou que se propaguem vegetativamente podem ser conservadas a longo prazo em temperaturas criogênicas (-156 a -196ºC). A criopreservação per se de estruturas vegetativas e reprodutivas destas espécies requer pouco espaço físico e baixo custo, assegurando mais eficazmente sua integridade fisiológica e bioquímica. A conservação de DNA de espécies ameaçadas mantém disponível sua diversidade genética, que pode ser utilizada em estudos de filogenia e sistemática molecular, determinação da taxa de extinção, como referência para estudos de evolução e genômica comparativa, prospecção de genes e intercâmbio de amostras. O enriquecimento das Coleções de germoplasma vegetal e de DNA é realizado por meio de coleta, introdução e intercâmbio.
Objetivos:
- Conservar, a médio e longo prazos, recursos genéticos vegetais de importância atual e potencial para o agronegócio brasileiro, adotando técnicas e metodologias convencionais e avançadas.
Objetivos Específicos:
- Manter, a longo prazo, em câmaras a -20°C, as coleções de germoplasma de espécies com sementes ortodoxas de importância sócio-econômica.
- Adequar metodologias de análises de sementes de algumas espécies cultivadas e nativas.
- Avaliar a representatividade das principais coleções mantidas na Colbase baseando-se em informações dos bancos de dados internacionais e em marcadores moleculares.
- Manter, a longo prazo, o Banco de Cultivares da Embrapa.
- Atuar como fiel depositário de material genético autóctone.
- Conservar in vitro as coleções de germoplasma das espécies de importância social e econômica que são propagadas vegetativamente ou que possuem elevada heterozigose.
- Desenvolver e/ou otimizar protocolos para a criopreservação de estruturas vegetativas e reprodutivas de espécies de importância econômica, social e ecológica.
- Estabelecer parcerias com instituições de pesquisa e universidades públicas e privadas, visando ampliar a rede de conservação de recursos genéticos vegetais.
- Atender à legislação vigente no país e no Tratado da FAO.
- Dar início à implantação da ABNT NBR ISO/ IEC 17025 nos laboratórios da Coleção de base Sementes e da Coleção in vitro.
- Fazer levantamento das coleções de DNA existentes na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em outras Unidades Decentralizadas e em instituições de pesquisa, visando a implementação de uma estrutura nacional integrada de coleções de DNA.
- Enriquecer as coleções vegetais e de DNA por meio coleta, introdução e intercâmbio com instituições nacionais e internacionais.
- Manter atualizadas e disponíveis as informações sobre o germoplasma e o DNA conservados a médio e longo prazos.
Líder:
- Juliano Gomes Padua
Planos de Ação:
