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PA6 - Núcleo de Conservação in situ de Ovinos das raças Barriga Negra e Santa Inês em Roraima

A Embrapa Roraima possui um núcleo de conservação de ovinos das raças Barriga Negra e Santa Inês. A raça Barriga Negra é originária do cruzamento de ovinos africanos com raças lanadas européias, tendo sido formada nas ilhas de Barbados, no Caribe. No Estado de Roraima, a raça foi introduzida na região dos lavrados, durante a ocupação portuguesa, que ocorreu em 1789. Esta introdução ocorreu pela fronteira da Venezuela e da República cooperativista da Guiana, antiga Guiana Inglesa, quando os colonos portugueses passaram a negociar e a trocar animais com os países vizinhos (Santos, 2003). A partir de 1980, a Embrapa Roraima iniciou o plantel desta raça, já naturalizada, selecionando e comprando reprodutores de fazendeiros da região e testando suas características raciais e produtivas. Porém, desde a década de 90, o rebanho não recebe material genético para aumentar a sua variabilidade e evitar os efeitos deletérios da consangüinidade. Atualmente, o Núcleo de Conservação de ovinos da raça Barriga Negra está alocado no campo experimental de Água Boa, no município de Boa Vista (RR), sendo composto por 27 fêmeas adultas, seis borregas, cinco machos adultos e cinco borregos.

Ovinos da raça Santa Inês passaram a compor o plantel da Embrapa Roraima em maio de 2006, trazidos da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Esta transferência de animais ocorreu por ocasião do projeto "Validação e transferência de tecnologia em ovinocultura no Estado de Roraima", através do qual foi feito um contrato de comodato com os produtores rurais, para a sessão de machos reprodutores. Desta forma, o Núcleo de Conservação de ovinos da raça Santa Inês da Embrapa Roraimaé composto de 20 fêmeas adultas, seis borregas, dois machos adultos e dois borregos. O plantel itinerante é composto de 74 machos.

Pretende-se estabilizar cada um dos rebanhos com 75 matrizes e 15 reprodutores, de modo a garantir um tamanho efetivo mínimo de 50 animais em cada rebanho, de acordo com a recomendação da FAO (1998).
O Núcleo de Conservação de ovinos é composto por quatro apriscos; os animais são submetidos ao pastejo rotacionado e, suplementados com ração concentrada à base de milho, soja e mistura mineral. Na época da seca, os animais recebem também volumoso de capineira, de capim elefante e cana-de-açúcar. O manejo reprodutivo compreende a manutenção dos machos reprodutores em pastagem isolada do plantel durante o dia, sendo que à noite, ficam juntos com as fêmeas "vazias" no aprisco. Desta forma, a monta é realizada ao longo de todo o ano. Os animais são pesados ao nascimento e monitorados mensalmente, até atingirem 30 kg; os reprodutores são pesados semestralmente.

Os plantéis são avaliados bimestralmente quanto à incidência de parasitismo e impacto orgânico, com a coleta individual de fezes e de sangue para exames hematológicos. A ocorrência de outras enfermidades e desvios de comportamento é monitorada diariamente.

Todos os animais do Núcleo de Conservação receberão identificação individual para garantir as informações de campo. Todas as informações coletadas serão sistematizadas, para a formação de uma base de dados a ser organizada pelo sistema de curadoria.

Com estas ações, espera-se manter e gerir o Núcleo de Conservação de ovinos das raças Barriga Negra e Santa Inês, de modo a contribuir para a conservação destes importantes insumos para a pesquisa agropecuária brasileira, no âmbito da Plataforma Nacional de Recursos Genéticos Animais.

FAO. (1998). Secondary Guidelines for Development of National Farm Animal Genetic Resources Management Plans: Management of Small Populations at Risk. FAO, Roma, Itália. 215p.
SANTOS, R. A cabra e a ovelha no Brasil. Ed. Agropecuária Tropical: Uberaba, 2003, 479p.

Objetivos:

  • Manter o Núcleo de Conservação de ovinos das raças Barriga Negra e Santa Inês, caracterizando-as fenotipicamente e preservando sua variabilidade genética.


Responsável:

  • Paulo Sergio Ribeiro de Mattos


Equipe:

  • Amaury Burlamaqui Bendahan
  • Moises Cordeiro Morao de O Junior
  • Paulo Sergio Ribeiro de Mattos


Atividades:

  • Registrar as identificações individuais e genealogia de ovinos das raças Barriga Negra e Santa Inês.
  • Análises de pedigree dos rebanhos das raças Barriga Negra e Santa Inês  para monitorar e aumentar a variabilidade genética
  • Documentar (informatizar), organizar e arquivar em meio seguro os dados de escrituração zootécnica
  • Realizar o adequado manejo alimentar, sanitário e reprodutivo do rebanho Santa Inês e Barrriga Negra
  • Registrar os descritores zootécnicos padronizados dos rebanhos Santa Ines e Barriga Negra
  • Realizar atividades de intercâmbio para manter ou difundir a raça Santa Ines
  • Realização de palestras, cursos e dias de campo com o objetivo de divulgar a importância dos recursos genéticos animais.
  • Treinar técnicos de campo para a escrituração zootécnica através de fichas padronizadas.
Ações do documento