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PC4A - Conservação "in situ" de Recursos Genéticos Animais no Brasil - Espécies de Grande Porte.

Fotos PC4O Brasil possui a pecuária mais diversificada do mundo e isto se deve ao número significativo de raças ou grupos genéticos que, ao longo dos anos, estão fixando genes de produção e adaptabilidade, nas diversas regiões do País. Esses recursos genéticos são mantidos nas unidades de conservação, em sistema de criação on farm, até atingirem um status de grupos livres da ameaça de extinção e/ou descaracterização. Esses animais domésticos descendem daqueles trazidos pelos colonizadores à época do descobrimento e são conhecidos como "naturalizados", "locais" ou "crioulos". Num processo de seleção natural muitos deles foram submetidos, por quase cinco séculos, aos mais diversos ambientes, desenvolvendo características específicas de adaptação. Por outro lado, por serem mais produtivas, algumas raças exóticas foram importadas e utilizadas em cruzamentos absorventes, culminando aos poucos com a substituição das naturalizadas, levando-as à condição de pequenas populações ameaçadas. As características de adaptação aos diferentes ambientes brasileiros, resistência a doenças e parasitas mais presentes nas raças naturalizadas justificam por si só a sua conservação, disponibilizando-as como fonte de variabilidade genética. Em vista disso, nos últimos anos, pesquisadores e criadores sentiram-se motivados para agregar valor às raças "locais", tão adaptadas ao ambiente da região tropical, assegurando dessa forma, a conservação das mesmas.

Com a finalidade de evitar o desaparecimento dessas raças a Embrapa vem há alguns anos trabalhando no sentido de identificar, caracterizar, conservar, avaliar e disponibilizar para uso futuro esses recursos genéticos. Com a incorporação do tema no Programa de Conservação de Recursos Genéticos da Embrapa foi possível estabelecer alguns Núcleos de Conservação em diferentes estados do Brasil (BAGs), além de um Banco de Germoplasma Animal (BGA)onde são armazenados sêmen e embriões coletados nestes Núcleos, bem como, um Laboratório de Genética Animal (LGA), onde é realizada a caracterização genética desses grupos em questão.

O Projeto tem como objetivo manter os Núcleos de conservação "in situ" de espécies animais de grande porte, para dar continuidade às atividades básicas de coleta, documentação, caracterização e intercâmbio de germoplasma, sob a coordenação da Embrapa Amazônia Oriental, estando vinculadas ao projeto outras quatro Unidades da Embrapa (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Meio Norte, Pantanal e Roraima), Universidades (UEMA, UNB, UPIS, UFG, UFPA e UFRA), Empresas Estaduais de Pesquisa (EPAGRI), associações de criadores (Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Marajoara - ABCCRM, Associação Brasileira de Criadores da Raça Puruca - ABCRP, Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Pantaneiro e a Associação Paraense de Criadores de Búfalos - APCB), além de criadores comprometidos com a conservação dos recursos genéticos. Para maior interação com o setor privado serão instituídas as Fazendas de Conservação, onde os criadores terão participação direta no processo de conservação, mantendo e difundindo o germoplasma das espécies ameaçadas.

O projeto está estruturado em Planos de Ação (PAs), sendo o de Gestão, contendo atividades que viabilizem o gerenciamento do Projeto, interligando os PAs que o compõem. Todos os PAs têm como objetivos manter, documentar, enriquecer e conservar os respectivos núcleos de conservação "in situ", bem como efetuar diagnóstico da situação dos Núcleos de Conservação de Recursos Genéticos Animais ou Bancos de Germoplasma Animal (BAGs) existentes no País. Assim, espera-se integrar as equipes de recursos genéticos animais do Brasil em várias interfaces do trabalho, principalmente, no uso e discussão das metodologias empregadas, bem como aumentar a variabilidade genética do material armazenado no Banco de Germoplasma Animal (BGA), na Embrapa Cenargen (em conexão com os Projetos inseridos na Rede Animal), caracterizar através de descritores morfológicos, morfométricos e moleculares, assim como, organizar bases de dados das principais raças naturalizadas brasileiras e disponibilizá-las para as instituições parceiras, aos criadores, associações e a comunidade científica.

 
Objetivo Geral:

  • Conservar "in situ" a variabilidade genética de raças bovinas, bubalinas, eqüinas e asininas ameaçadas de extinção e descaracterização, visando inserí-las  em sistemas de produção local.


Objetivos Específicos:

  • Manter os núcleos de conservação "in situ" de espécies de grande porte (bovina, bubalina, eqüina e asinina), visando à manutenção da variabilidade genética, o intercâmbio e o uso em programas de melhoramento no futuro;
  • Informatizar os núcleos e disponibilizar dados/informações para instituições envolvidas com recursos genéticos;
  • Introduzir novos animais nos Núcleos de Conservação, por meio de aquisição, permuta ou intercâmbio com outros núcleos, como forma de enriquecimento do germoplasma conservado;
  • Avaliar, caracterizar e documentar os núcleos de animais  (bovinos, bubalinos, eqüinos e asininos) conservados "in situ", a fim de agregar valor aos recursos genéticos conservados;
  • Fomentar a formação de novos núcleos de conservação "in situ"  fora do sistema Embrapa que não fazem parte da Rede;
  • Incentivar a participação de criadores, associações e empresas privadas nas atividades de conservação de recursos genéticos animais e,
  • Conscientizar a sociedade em geral sobre a necessidade de conservar recursos genéticos animais.


Planos de Ação:

Ações do documento